Legends

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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Eu tenho cigarros.
Eu tenho depressão.
Eu tenho uma noite.
Eu tenho seu amor.

Eu tenho o frio.
Eu tenho estes livros.
Eu tenho esta janela.
Que me importuna com este sol.

Dormência, me domine, por favor.
Não me deixe acordar no dia seguinte, sim?
Dormência, enleie minhas vísceras.
Faça-me bela adormecida.

Eu tenho ódio.
Eu tenho amor.
Eu tenho desgosto.
Tenho dor.

Eu tenho chá.
Tenho dois pares de sapatos.
Eu tenho cérebro.
E nada há de errado.


Dormência, me domine, por favor.
Não me deixe acordar no dia seguinte, sim?
Dormência, enleie minhas vísceras.
Faça-me bela adormecida.

Eu tenho vida.
Eu tenho tédio.
Eu tenho teias.
Em meu prédio.

Eu tenho você.
Eu tenho eles.
Eu tenho tudo.
E não voo.


Dormência, me domine, por favor.
Não me deixe acordar no dia seguinte, sim?
Dormência, enleie minhas vísceras.
Faça-me bela adormecida.


Dormência, me domine, por favor.
Não me deixe acordar no dia seguinte, sim?
Dormência, enleie minhas vísceras.
Faça-me bela adormecida.

Um pêndulo baixo, no altar, está soando, no desejo da garota.
Um pássaro branco está a voar.
Uma mosca esperta se torna azul e violeta.
No entanto, dormência, acabe comigo, por favor, não me deixe acordar...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Inércia.

Passa por pessoas que te odeiam.
Passa por pessoas que gostam de você.
Não ama ninguém.
Não sabe o que está fazendo ali.

Come toda a comida do prato.
Nem come tanta comida assim.
Descobre que não come, de verdade.
Não sabe o que está fazendo ali.

Vaga por todas as ruas.
Fica em casa sem sair.
Dorme.
Não sabe o que está fazendo ali.

Joga um joguinho interessante.
Não joga tanto assim.
Não joga, de fato.
Não sabe o que está fazendo ali.

A verdade é que sempre no fim dos meus pensamentos, no fim do dia, do túnel, não há nada. Nada de realmente relevante.


A verdade é que sempre no fim dos meus pensamentos, no fim do dia, do túnel, não há nada. Nada de realmente relevante.


A verdade é que sempre no fim dos meus pensamentos, no fim do dia, do túnel, não há nada. Nada de realmente relevante.



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Lúgubre dia.

Sinos foram ouvidos.
Os cabelos da menina voaram.
Suas tripas tornaram-se fatos que ela gostaria de negar.

Sinos foram ouvidos.
Chuva caiu no espaço seco e hostil.
Suas vísceras tornaram-se realidade que ela não queria enxergar.

Sinos foram ouvidos.
Ela quase andou na chuva.
Seu olhar se tornou apreensão que ela não queria mostrar.

E ao fim do dia, era só mais um.