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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Coisas que não enxergam

Num lugar,muito distante do mundo inteiro,mais distante do que qualquer outro lugar que algum ser tivesse ouvido falar,haviam coisas que nunca haviam saido dali,eram coisas capazes de amar e de aprender tudo que fosse possível ensiná-las,nenhuma coisa era feia ou bonita, nenhuma coisa sabia o que era bonito ou feio,pois a única qualidade notavel das coisas,era que eles não enxergavam.


   Estas coisas viviam em paz, todos tinham dons inimagináveis.Mas não haviam coisas capazes de ver esses dons extraórdinários,pois todas as coisas eram cegas.
Nenhuma coisa via o que a outra coisa podia fazer,mas elas sentiam e percebiam por meio de suas energias.
Não havia como identificar as coisas,pois nenhuma coisa via nada.Mas todas as coisas viviam em harmonia. Nenhuma coisa era excluida de nada,por que todos os dos que uma coisa tinha, a outra também tinha.


   Um dia,não se sabe até hoje como, um humano conseguiu adentrar o lugar das coisas. O humano via tudo. Tudo o que as coisas não viam,mas sentiam por meio das energias boas e ruins.
O humano ficou encantado e extasiado com aquilo.A aparência das coisas era a mais bela e indiscritível possivel em todo o universo. Quando as coisas perceberam a existencia do humano, sentiram suas energias,as coisas,não podiam ver o humano,mas setiam suas energias. Mas as coisas não sentiram energias nem boas nem ruins no humano,as coisas estavam, aos poucos perdendo a sua capacidade de sentir a energia do humano,bem como as energias da outras coisas, foram se entorpecendo, as coisas, que antes nunca haviam enxergado,começaram a enxergar o seu mundo, as coisas, que antes só viam energias boas nas outras coisas, começaram a sentir-se cansadas e sugadas por um único humano,pouco a pouco, as coisas foram perdendo a energia delas, a capacidade de sentí-la e sua melhor capacidade,a de não adentrar em detalhes na aparencia dos seres.


  Com um tempo, as coisas pararam de fazer movimentos, as coisas eram apenas coisas,porém belas como sempre haviam sido.
O Humano, assim, se apoderou das coisas, que sempre foram belas e indiscritíveis,mas agora, eram coisas estáticas, que faziam, agora, apenas parte do mundo do humano.
E como esse humano, todos os outros, acharam as coisas belas,mas acabaram se esquecendo da essência delas...
Assim, as coisas, hoje,são nada mais que coisas, e os humanos, nem lembram mais que um dia elas já foram belas sem que ninguém as olhasse. 

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