Não vivia.
Simplesmente não vivia.
Antes dele eu não vivia.
Não sabia viver.
Não sabia viver daquele jeito que eu sobrevivia.
Antes dele eu apenas sobrevivia.
Ele me ensinou a viver
mesmo continuando no jeito em que sobrevivia.
Ele me ensinou várias coisas.
Ele me ensinou a saborear.
E parar de apenas comer.
Ele me ensinou a deixar as pessoas melhores.
E parar de apenas mentir.
Ele me ensinou a amar a Deus.
Sem precisar dizer isso duas ou quatro vezes.
Ou talvez não, ainda tenho dúvidas...
Ou talvez não, ainda tenho dúvidas...
Ele também me ensinou a parar pra pensar.
Ao em vez de ter aqueles pensamentos que, apesar de roboticamente fincados, não estavam nunca de todo errados.
Ensinou-me a colocar os pensamentos rápidos e embaraçados para fora em forma de cadeia ordenada.
Ao em vez de falar sobre geleia de abacaxi com canhões de guerra na chuva.
Ensinou-me que sobreviver não é ruim.
Mas viver é melhor.
Ensinou-me que ele me completava.
Que vivia do mesmo jeito que eu sobrevivia.
Ensinou-me que é um menino numa alma adulta.
Que só quem é feliz é quem quer.
Mas engana-se quem acha que perdi minha infelicidade prematura.
Ainda carrego comigo o pesado fardo que ele diz ser da adolescência.
Ainda sou um bebê infeliz.
Mas o fato é que ele me ensinou a viver do meu jeito.
Que é também o seu jeito.
No que antes eu sobrevivia.
É no que agora vivo.
Nem melhor, nem pior.
Só mais suportável.
Ao lado dele.
Amor.
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