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sábado, 7 de julho de 2012

Entupido.

Um pequeno verme
Como um pequeno verme
Enleie o meu coração.
Puxando devagar as veias sangrentas.
Entrando nelas deslizando, rastejando.
Devagar.
Penetrando.

Infeccione.
A verdade.
Para que ela nunca mais bata a minha porta.
Então, verme, dissipe-se.
Dentro de meu coração.
Fira-o.
Infrinja a passagem de sangue.
Torne-o um músculo duro.

Sem nada demais.
Contamine-o, por favor, estou pedindo.
Estou comendo você com os olhos.
Para que me tire dele.
Por favor, me tire dele.
Por favor, raiva, por favor, sujeira.
Por favor, mentira.
Tire meu coração do amor.

Entre nele.
Verminose.
Acabe com ele.
Coma cada pedacinho, devagar, se injetando, corroendo.
Bem devagar.
Mas bem devagar.
Sufoque as veias, entupa-as de lama.
De corpos de vermes.
Doentes.
Entupa-as. Agora.
Entupa-as, chupe-as como suco da vida.

Venha verme, tome-me.

Venham doenças, comam esta víscera.
Entupam-na de inspiração.
Entupam-na da tristeza.
Entupam-na.
Apenas entupam-na.

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