Sempre me anulando, navegando, navegando
num barco sem ninguém, uma nuvem de fumaça cobre toda a penumbra das águas
o barulho de água acalma, no silêncio da alma oca
hoje eu acordei vazia, mas não vazia como das outras vezes
era vazia mesmo, nem ir onde tem todos os esnobes me fez preencher de lixo outra vez
nem ir onde tem todos os esnobes me fez preencher de lixo outra vez
Sempre me anulando, navegando, navegando
mas dessa vez é um "vazia" diferente
é um vazio completo, não nego, me anulei até o fim, cheguei no âmago
aqui nesse lugar de águas calmas não é bom
aqui o silêncio é ensurdecedor
coloco as mãos nos ouvidos, fecho bem os olhos, aperto
é muito vazio, vazio
num barco sem ninguém, uma nuvem de fumaça cobre toda a penumbra das águas
o barulho de água acalma, no silêncio da alma oca
o silêncio é ensurdecedor
acordei cedo demais, já era tarde para dormir outra vez
a anulação me deixou vazia, vazia
o trabalho consumiu tudo que restava
era vazia mesmo, nem ir onde tem todos os esnobes me fez preencher de lixo outra vez
nem ir onde tem todos os esnobes me fez preencher de lixo outra vez
Ficou marcado o dia, o dia
em que me anulei, vazia, vazia
aos poucos desaparecendo, vazia vazia
o corpo dela, jazia, jazia
na água calma e fria, tão fria.
a alma corria, corria, solta, livre e leve, mas vazia, vazia
nem à morte ela sorria, sorria
a alma era demasiado vazia, vazia
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