Legends

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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Crônica.

Ela não entende que ninguém pode mudar por ela.
Ela não entende que ninguém pode mudar para ela.

Em dois dias
Ela troca de salto cinco vezes.
Ela balança a cabeça ao som do seu violão.
Ela nem se quer sabe tocar.

Ela trabalha a semana toda.
De garçonete.
É a mais bonita que eles tem.
Dá seu sangue patinando.

Ela beija alguns garotos na semana que está de bem com a vida.
Na quarta-feira que vem ela beija sua amiga Sofia.
Ela não gosta de trabalhar.
E fuma alguns cigarros toda noite, lembrando de como poderia se diferente.

Ela não entendeu que ninguém podia mudar por ela.
Ela não entendeu que ninguém podia mudar para ela.

Ela tinha de tudo um pouco.
Seu cabelo engraçado, bagunçado.
Seu tom de voz rouco e abafado.

Ela tinha um sorriso impecável.
Depois de cada cigarro gasto, ela exibia seus dentes brancos.
Dava duas voltas perto do poste.
E todos os homens olhavam atônitos.

Ela não entenderá nunca mais, que ninguém pôde mudar por ela.
Ela não entenderá nunca mais que ninguém pôde mudar para ela.
Ela não entenderá nunca mais...

Suas lembranças ecoavam naquele momento.
Quando em seu leito quente ela deitou.
Tudo que ela poderia ter sido.
Tudo que ela foi.
Ninguém poderia mudar por ela.

Ela estava gélida e segurava seu velho cigarro.
Segurava um espelho e olhava seus cabelos claros demais.

Ela entendeu, que não mudou por ela.
Ela entendeu que não mudou para ela.








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